sábado, agosto 13

chega de medos


É sempre assim, sempre queremos esquecer e perdoar, já perdoar é complicado pois, perdoar significa poder esquecer, poder ter a alma aliviada sem estar em péssimo estado como sempre o deixamos e esquecer não é um acto que se age com facilidade, é preciso chorar pelo que nos magoou e rir pelo que nos fez sorrir, mas nunca se pode obrigar um coração a esquecer, é como '' arrancar as crostas das feridas que ainda não sararam''.  Acreditamos que com o tempo tudo irá acabar por desaparecer, mas quanto mais queremos que desapareça mais se revela, tal como, quanto mais queremos esquecer acabamos sempre por ser relembrados das memórias que alimentam as nossas saudades.  Saudades que deviam caber dentro de uma caixinha e que a suposta chave é deitada ao mar, mas acaba sempre por voltar ao seu lugar, na fechadura enforrujada, e de qualquer maneira gira sozinha em torno da fechadura e a caixinha acaba por abrir como quem atafulhou roupa a mais num baú velho e quando o abriu tudo cai cá para fora. Todos sonhamos ter um amor feliz, mas para se ter um verdadeiro amor, ser feliz vinte e
quatro horas não é a primeira prioridade que o verdadeiro amor promete, e quem assim o disser verá que mais tarde um verdadeiro amor não tem como base ter a felicidade completa. Prometemos sempre um amor futuro, e por vezes tropeçamos nas pedras dos nossos caminhos, acabamos por nos levantar e guardamos aquela pedra que assim nos fez cair, acabamos por ser grandes coleccionadores de pedras dos nossos próprios erros, e chega um dia que construímos um grande castelo da nossa colecção onde pensamos que o nosso futuro amor irá viver nele connosco, por vezes os erros que cometemos servem-nos de lições dadas para não o repetirmos de novo, mas o que quero dizer com isto é que é com eles que aprendemos a ser fortes, e para sê-lo não é para qualquer um, mas sim para quem chora de dor á noite, das manhãs que tens que aguentar, falando contigo própria dizendo que és capaz de sobreviver mais um dia, ter forças para sair da cama de manhã e conseguir dormir de madrugada. Tentamos ser alguém novo, criamos um novo ''eu'' com esperanças de ter um amanhã melhor que hoje, mas não quero ter aquela pressão que me questionam o meu novo '' eu '' só para satisfazerem a sua curiosidade deveras irritante. Farto-me de dizer que cunheço os meus limites, deixem-me dicidir o que eu aguento. O que aconteceu, aconteceu. E eu aceitei isso, pois o medo segue-nos a vida inteira e não há nada que possamos fazer sem ser seguir em frente.

2 comentários:

Mafalda Fernandes ♥ disse...

Gostei do texto :)

Anónimo disse...

Gostei muito :)